"No final, todo mundo obedeceu".
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Outras mortes e a despedida
Neste período, três pessoas da comunidade morreram. Duas com câncer e uma criança por causa desconhecida.
O ritual indígena para enterrar seus parentes é forte, contou Giulia. Eles se reuniram de máscara para pintar os corpos. "É um ritual intenso e de muito respeito. Uma coisa ancestral. Muito rico, tudo ainda feito como antigamente", afirmou a médica. Yanamá disse que em 15 de agosto eles irão participar do Kuarup, ritual de homenagem aos mortos na região do Xingu que precisou ser cancelado em 2020.
Nos últimos tempos antes de voltar para São Paulo, Giulia precisou fazer um parto prematuro de uma mãe de primeira viagem da comunidade. Depois de tratar dezenas de pessoas com a Covid-19, foi receber a dose da vacina, mas o governo negou.
"Saí muito triste, muito decepcionada, com a vacina negada do Distrito. Fazia 6 meses que eu estava trabalhando e eu ia voltar pra casa e colocar a minha família em risco". A médica conta que depois os responsáveis pela imunização chegaram a "voltar atrás", mas ela já estava embarcando de volta para casa.